domingo, 13 de dezembro de 2009
para não esquecer :
Escrito em parceria com Marcelo Ariel :
M.A: Dom Paulo, você ouviu o que eu ouvi? Não é o Dr. Sócrates na TV Cultura e ele não acaba de dizer que " Eu vivo o hoje, não acredito em projeto, nesse negócio de certos governantes que estão planejando coisas para daqui a dez , vinte anos, quando outro estará aqui e terá de assinar e passar adiante, vivo o hoje, faço o melhor que posso fazer hoje, o melhor é o que deve ser feito hoje, não tem essa de projeto."
PL : Então Dom Marcelo, ouvir tal coisa vinda da boca do Dr. Sócrates é no mínimo alentador por que? veja só: tem certos indivíduos que parecem que se acham deuses e não levam nada que eles julgam inferior em consideração e passam atropelando todas as idéias práticas. quando o Dr. Sócrates fala da descrença em projetos ele não está dizendo que as coisa da vida não devem ser planejadas, mas que os tais projetos tem de ter um tempo razoável entre a promessa (projeto), o plano e a execução, não devem ficar eternamente na promessa.
MA: Pois é, a questão levantada pelo Dr. Sócrates é urgente, aqui em Cubatones, estamos vivendo o apogeu desse lance de empurrar com a barriga e de deixar para 2020 o que deveria ser feito hoje.
PA: Sem considerar que vivemos num estado de emergência permanente em todos os sentidos da vida prática da cidade e de seus cidadãos., baseado nas palavras do Dr. Sócrates, é assim: não temos tempo de espera para projetos, nós precisamos mesmo é de ação e ação contundente que faça-nos renovar as esperanças, porque de engano em engano, estamos perdendo o rumo, o amanhã, é muito distante.
MA: Distante e é um bom álibi para quem não está realmente interessado em fazer nada.
mostra de teatro do oprimido
Nos dias 15 e 16 de dezembro, o Sesc Santos recebe a II Mostra Litoral de Teatro do Oprimido na Saúde Mental, com a participação de alguns dos grupos populares de Teatro do Oprimido do Litoral Paulista. Durante a programação da mostra, o público de adultos e crianças vai assistir cenas de Teatro-Fórum, cujos temas são inspirados em histórias reais de opressão vividas pelos atores. Também haverá: uma exposição alegre e colorida da Estética do Oprimido, com bandeiras e o Ser Humano no Lixo – uma representação do ser humano feita de material reciclável (lixo limpo); exposição de fotos; mesa de debate; atrações musicais; e coquetel de lançamento do último livro escrito pelo teatrólogo e ensaísta Augusto Boal, A Estética do Oprimido. Entrada franca.
A técnica denominada Teatro-Fórum é, provavelmente, um dos expedientes mais avançados do arsenal do Teatro do Oprimido. Trata-se de uma dinâmica onde histórias reais de opressão são encenadas, terminando a encenação no ponto de crise ou no momento em que a opressão se configura através da ação e se produz o impasse: o que fazer nessa situação? A partir daí, a platéia – ou os “espect-atores”, no dizer de Augusto Boal – intervém na cena, trocando de lugar com o protagonista e propondo alternativas de encaminhamento daquela situação de opressão. Trata-se de um processo político-artístico que procura resultar em ações concretas para fortalecer os indivíduos ante as opressões vividas.
O evento que envolve cerca de 70 atores/usuários da saúde mental, faz parte do Projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental, que está no Litoral Paulista desde 2006, uma realização do Centro de Teatro do Oprimido com patrocínio do Ministério da Saúde por intermédio da Coordenação Nacional de Saúde Mental e apoio da Prefeitura de Santos e do Sesc Santos.
A II Mostra Litoral de Teatro do Oprimido na Saúde Mental tem produção e supervisão da teatróloga Kelly di Bertolli com coordenação nacional do sociólogo Geo Britto, ambos curingas¹ do Centro de Teatro do Oprimido, instituição com sede no Rio de Janeiro cuja coordenação geral e artística é da bióloga Helen Sarapeck. Mais informações no website www.cto.org.br.
SERVIÇO:
II Mostra Litoral de Teatro do Oprimido na Saúde Mental
Dias 15 e 16 de dezembro. Na terça-feira de 14 às 20h e na quarta-feira de 14 às 19h
O que acontece: Serão apresentadas cenas de Teatro-Fórum pelos grupos populares de Teatro do Oprimido do Litoral Paulista; exposição da Estética do Oprimido; vídeo-documentário; mesa de debates; atrações musicais; e coquetel de lançamento do livro A Estética do Oprimido.
Local: Sesc Santos. Rua Conselheiro Ribas 136, Aparecida. Telefone: (13) 3278-9800. Capacidade de público: 200 pessoas.
Classificação indicativa: LIVRE
Ingressos: GRÁTIS
PROGRAMAÇÃO DO EVENTO:
15 de dezembro, terça-feira
14h – Abertura da exposição A Estética do Oprimido.
14:15h – Espetáculo “Desavenças” com usuários do SERP (Seção de Reabilitação Psicossocial) Santos, que trabalham com programas de geração de renda. A peça conta a história real de mãe e filha, usuárias da saúde mental, num cotidiano familiar de constrangimento e humilhação.
Intervalo Musical
16h – Espetáculo “O incômodo” com usuários psicóticos do Naps 5. A peça conta a história real de um almoço onde fumantes e não fumantes discutem se fumar na mesa do almoço é desrespeitar o outro.
Intervalo Musical
17h – Mesa “Teatro do Oprimido na Saúde Mental do Litoral Paulista”, com Geo Britto, sociólogo e curinga do Centro de Teatro do Oprimido; Sandra Murat, coordenadora municipal de saúde mental; e representante do Ministério Saúde.
18h – Show musical
19h – Coquetel de lançamento do último livro escrito pelo teatrólogo e ensaísta Augusto Boal, A Estética do Oprimido
16 de dezembro, quarta-feira
14h – Espetáculo “Tic Tac” com senhoras com idades entre 65 e 81 anos do Programa Saúde da Mulher, de Guarujá. A peça conta a história real da submissão de uma mulher em uma relação ao casamento. Como pano de fundo vemos a personagem protagonista, uma senhora de 81 anos, sufocada pelo tic tac do relógio do marido que lhe dita ordens.
Intervalo Musical
16h – Espetáculo “A família do Onça” com crianças e adolescentes com necessidades fisicas ou mentais atendidas no Núcleo Henry, de Praia Grande. A peça conta a história real de uma família na qual o pai alcoolatra constantemente agride a filha, apesar da resistência da mãe. Enquanto isso vizinhos acompanham tudo de uma janela.
Intervalo Musical
17h – Espetáculo “Controle Remoto” com usuários psicóticos do Naps 3, de Santos. A peça conta a história real de Carlos Eduardo, que depois de levar uma vida normal tem um surto psicótico que mudo sua toda a sua vida. Já não trabalha e está na dependência total da família.
18h – Show Musical
PARA SABER MAIS:
Teatro do Oprimido no Litoral Paulista
No Litoral Paulista, o Projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental teve início em 2006, nos municípios de Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Cubatão e Itanhaem, quando foram capacitados 30 profissionais da saúde mental como Multiplicadores de Teatro do Oprimido, atingindo cerca de 2.500 pessoas. Em 2008, fazendo uma segunda formação de Teatro do Oprimido, com novos e antigos multiplicadores, o projeto se concentrou em Santos, embora haja multiplicadores que atuam no Guarujá, Praia Grande, São Vicente e Cubatão, tendo atingido até o momento cerca de 4.000 pessoas. Nesta etapa foram realizados muitos diálogos teatrais e o projeto está sendo realizado também como parte do projeto de saúde mental do município de Santos. A primeira Mostra Litoral de Teatro do Oprimido na Saúde Mental aconteceu em 2006. Na ocasião foram apresentadas três cenas de Teatro-Fórum e teve a participação do teatrólogo e ensaísta Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, falecido em maio de 2009.
A teatróloga Kelly di Bertolli, curinga¹ do Centro de Teatro do Oprimido, diz que “o Teatro do Oprimido na Saúde Mental da Baixada Santista tem participado do dia-a-dia dos usuários de saúde mental como uma ferramenta da humanização do tratamento psiquiátrico. O projeto multiplica a metodologia do Teatro do Oprimido entre os profissionais da rede de saúde mental, estes realizam encontros semanais com seus grupos. A multiplicação gerou vários grupos populares de Teatro do Oprimido que dialogam teatralmente entre si para discutirem problemas urgentes que os oprimidos enfrentam. A comunicação com a sociedade é no intuito de desmistificar o conceito de loucura, bem como a humanização de um sistema público de saúde, são metas do nosso trabalho. Buscamos através do Teatro de Oprimido chegar a ações sociais concretas em nossos grupos. O litoral paulista vem desde 2006 formando grupos que se solidificaram. Temos multiplicadores que já trabalham a quatro anos neste projeto. Há um trabalho de musicalização que acompanha o trabalho das cenas de Teatro-Fórum, que enriquece nossos grupos com músicas criadas em oficinas de Teatro do Oprimido. O Projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental é visto como parte da política pública na Baixada Santista, para tanto contamos com o importante apoio da Prefeitura de Santos.”
Teatro do Oprimido na Saúde Mental
O Teatro do Oprimido não apresenta respostas, mas procura fazer as perguntas certas. E uma das principais perguntas na relação entre usuários (pacientes), seus familiares, os profissionais da saúde mental é: o que fazer? É importante considerar que os usuários também têm problemas de transporte, alimentação, desemprego, racismo, sexismo, corrupção, etc. Através do teatro, da encenação de um problema ou conflito, pode-se chegar a um entendimento das condições dos protagonistas. Através do teatro começa a existir uma nova relação, mais humana, entre usuários e profissionais da saúde mental. O diferente é igual a gente.
A psicopedagoga Cláudia Simone, curinga do Centro de Teatro do Oprimido diz que “num contexto onde tentam esconder o diferente, o Teatro do Oprimido vem estimulando a sua visibilidade como cidadão e agente transformador de sua própria história. O diferente sobe no palco, conta sua história, vê e é visto por todos sem negar a sua condição de usuário, porém sem se sentir inferior mais semelhante com sua diferença.”
O teatro muda tudo, porque os diferentes voltam a se sentir como parte da sociedade. Desde que o teatro entrou na vida destas pessoas com transtornos psiquiátricos, os períodos de internação e de depressão diminuíram, a adesão ao tratamento aumentou e a vontade de viver ressurgiu.
O sociólogo Geo Britto afirma que “é importante considerar a questão do Teatro do Oprimido como possibilidade de uma metodologia artística que proporciona o diálogo. Um exemplo é que, atualmente os CAPS (Centros de Atenção Psicossociais) vêm utilizando o Teatro do Oprimido nas suas assembléias, com usuários, seus familiares e profissionais. Onde muitas vezes não se conseguia se fazer entender pela fala, agora, trabalhadas através da imagem, do teatro, se estabelece o diálogo.”
¹ Curinga é o especialista, pesquisador e facilitador do Método Teatro do Oprimido; um artista com função pedagógica que atua como mestre de cerimônia nas sessões de Teatro-Fórum, coordenando o diálogo entre palco e platéia, estimulando a participação e orientando a análise das intervenções feitas pelos espectadores.
Fonte: Ney Motta | Centro de Teatro do Oprimido
Assessoria de Comunicação
terça-feira, 22 de setembro de 2009
O SOL ENGANADOR de Nikita Mikhalkov não é um desse filmes que se ver por apenas querer ver um filme, mesmo porque não é um filme que tenha um fim em si mesmo ele tem todos os fins e inícios, a gloria e a derrota, a virtude e vicio da negação truculenta emburrecedora de que alguns são capazes só porque pressupõem possuir poder de comando sobre os outros quando na verdade são as verdadeiras vitimas de si mesmos. O filme é um convite à reflexão aos apoiadores de ídolos, aqueles que serviçalmente se curvam sem refletir que muitas vezes é melhor a chicotada e o desprezo do ídolo do que a subserviencia instuticional que em si mesmo torna-se uma espécie de morte em vida. Nesse filme o Nikita sem ser panfletário nos mostra uma realidade encoberta por uma nuvem de engodos e que teve sustentação por muitos e muitos anos nos pilares de uma falsa vontade de muitos povos (Rússia e outros povos subjulgados).
É um filme singelo, como quase toda produção cinematografica russa, mas bastam algumas cenas para um olhar atento perceber a grandeza do filme!
Paulo.
Nikita Mikhalkov
Nikita Mikhalkov (Moscou, 21 de outubro de 1945) é um cineasta russo, que nas décadas de 1970 e 1980 foi um conhecido dissidente soviético e pró-czarista.
Irmão do também grande cineasta Andrei Konchalovsky, Nikita Mikhalkov, como seu irmão se dedicou a filmes históricos na então URSS durante das décadas de 1970 e 1980. Seus primeiros filmes faziam reflexões sobre o gênero cinematográfico com construções em abismos, como pode ser notado em A Slave of Love, de 1976. Em 1977 dirigiu Peça Inacabada de Piano Mecânico. Nesta película mostra o choque das duas Rússias (monárquica vs. revolucionária) no seio de uma família da classe média.
Entre seus filmes mais notáveis, destacam-se Olhos Negros, com Marcello Mastroianni e Silvana Mangano, filmado na Itália, e Anna dos 6 aos 18, documentário filmado ao longo de 12 anos com sua filha, tendo como pano de fundo a vida política soviética em seus últimos anos, da morte de Leonid Brejnev ao golpe de agosto de 1991.
Em 1995 Mikhalkov ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro com O Sol Enganador, de 194.
A falência espiritual e o isolamento dos personagens são temas constantes em seus filmes, que acabam sendo reflexões críticas sobre a modernidade e sobre os regimes políticos (decadência da democracia inclusivé), como transparece em obras como Urga, de 1992, e O Sol Enganador.
No final dos anos 1990 dirigiu a refilmagem de Siberiade, filme realizado por seu irmão em 1979, chamado O Barbeiro da Sibéria (1998), e que na época de seu lançamento foi comparado ao filme Titanic em razão de seu alto custo de produção.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
O INFANTE
Deus quere, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagroute, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Fernando Pessoa - poeta lusitano.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
conversa entre amigos:
Marcelo Ariel: A situação do escritor brasileiro é a de um refém dos vampiros da esfera dos negócios culturais, as editoras nesse caso representam o mesmo que os senhores feudais, existem as pequenas editoras que vivem à margem do mercado, quase-invisíves e obscuras e elas representam o mesmo que a reforma luterana para a igreja católica, mas tudo isso pode ser um delírio a la Thomas Morus, a questão é que o artista em geral quanto mais rebelde, inadequado e estranho ao mercado, mais próximo se torna da dimensão do espírito ou seja da dimensão dos valores morais de uma interioridade, ela é talvez a única coisa capaz de resgatá-lo do vampirismo mercantil que é a base da sociedade do espetáculo.
Na esfera dos negócios o espírito não entra e vice-versa.
Paulo Luiz de Souza: Trazendo essa situação para o âmbito local, como se resolveriam as dificuldades?
Marcelo Ariel: Talvez, desvinculando totalmente a criação artística dos poderes empresariais e municipais. O que temos em Cubatão é um verdadeiro "Maraca Cultural" ( O Maraca era a antiga zona de prostituição da cidade, hoje um reduto industrial, o que diz muito sobre a situação). Por exemplo,os artistas do teatro sonham com situação de "funcionários" dos músicos da banda sinfônica, álias, uma das melhores do país, fundada na época da ditadura militar e existe o perigo dos escritores locais cairem no mesmo abismo da dependência da classe política ou da classe empresarial, que não possuem nenhum compromisso com a verdadeira função social da arte, que é despertar a consciência e a revolta contra o mercado e o Estado, entes absoletos que só existem por causa da escravidão conceitual na qual vivemos, principalmente em Cubatão.
Paulo Luiz de Souza: E com o advento da internet, o que se faria para formar novos leitores?
Marcelo Ariel: O leitor de textos da internet e o leitor dos livros jamais serão o mesmo leitor, o livro exige uma outra exploração do tempo psicológico que é quase eliminado ou drasticamente modificado pelo uso da internet, que dilui o tempo psicológico do mesmo modo que as drogas alucinógenas mais leves ou os sonhos lúcidos.Para formar novos leitores seria interessante a criação de bibliotecas nas esquinas de todos os bairros e que estas bibliotecas funcionem até as 22hs e a distribuição gratuita de livros clássicos, revistas e gibis como parte da cesta básica ou esmola dos governos, essa necessária e urgente mas não aprofundada "bolsa família" e congêneres.
Paulo Luiz de Souza: A literatura na sua forma escrita ainda interessa aos jovens?
Marcelo Ariel: Os jovens desprovidos da consciência da finitude e vítimas da ansiedade ou da depressão social ou da peste consumista, da peste das drogas ( Ver o Crack nas esquinas) e equilibristas dos vazios interiores, barcos bêbados da internet ou viciados na simulação de atividade dos games,estes precisariam nascer de novo através do exercício do diálogo socrático,leituras aprofundadas e etç...
São vítimas da falência educacional e cultural, principalmente em Cubatão.
Paulo Luiz de Souza: E os professores?
Marcelo Ariel: Em sua maioria são analfabetos funcionais, mas as exceções existem, eu mesmo fui salvo por uma professora, Dona Marlene, uma vizinha minha que me ensinou a ler e escrever e graças aos céus não era professora de nenhuma escola municipal ou estadual. Acho que deveríamos procurar exceções como ela na rede pública, existem? Pessoas com a verdadeira vocação para o diálogo com o outro. Para você ter uma idéia, os livros do meu antecessor Afonso Schimidt não são lidos nas salas de aula, eu disse lidos e não "leitura obrigatória", porque isso é um resquício da ditadura, muito do atraso cultural e social não passa de resquício da ditadura e ainda tem gente que sente nostalgia por "aqueles tempos".
Paulo Luiz de Souza: Você buscaria meios de fazer o seu livro Tratado dos anjos afogados circular no meio estudantil da nossa cidade? Com que interesse?
Marcelo Ariel: Sim, desde que isso não se reverta em "barganha política" com fins de lucro pessoal ou coletivo, como quase tudo nesta cidade.Meu livro está cadastrado nos ítens de compra do poder municipal desde 2008 e eu mesmo doei um exemplar do Tratado dos anjos afogados para a biblioteca.
Paulo Luiz de Souza: Nesses últimos anos parece haver um modismo de lançamentos de peças literárias ( livros), aqui na nossa cidade e tenho observado que muitas dessas peças tem pouco ou quase nenhum valor literário, pois o enfoque, na minha opinião sequer atinge o objetivo proposto,o que você acha disso?
Marcelo Ariel: Peças literárias...A expressão me lembra o universo da zona industrial e não a dimensão da cultura, ora a literatura possui uma expressão social que pode infelizmente ser reduzida ao nível das barganhas políticas ou simplesmente comerciais onde o lucro é mais importante do que a transmissão do conhecimento, muito grupos, ditos literários ou culturais, no fundo são grupos de auto-ajuda e embora cumpram bem a função social de "dar voz" , não estão interessados no jogo socrático ou na literatura como expressão da indignação ou
luta social, é o campo do entretenimento, da vaidade e do beletrismo ou seja a mais pura merda ontológica.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
o sonho de dylan
pls